Portal Trétis – Tudo sobre o Athletico Paranaense

Muito se fala de Bruno Guimarães, Renan Lodi e Léo Pereira. Falar da qualidade técnica, das apresentações e do que eles vem fazendo em campo ultimamente é até chover no molhado. Todo mundo sabe, principalmente quem vê e tem o privilégio de assisti-los ao vivo, em plena Arena da Baixada.

 

Então é exatamente sobre isso que vamos falar aqui hoje, sobre esse imenso privilégio e prazer que é todo nosso em ver essas verdadeiras estrelas surgindo, crescendo, se desenvolvendo cada vez mais diante dos nossos olhos. De quanto, em tão pouco tempo, de uma ascensão dos Aspirantes, já conquistaram seu lugar como titulares do principal e já conquistaram nossos corações. Muitos já dizemos sem medo que são os melhores jogadores que vimos passar pelos gramados do Joaquim Amércio e Alfredo Gottardi. E não é por menos, pois todo reconhecimento tem sido pouco pelo que demonstram partida após partida.

 

Não é à toa que nossos “cheques em branco”, “nossos meninos”, “nossos muleques da base” como gostamos de chamar, vêm chamando a atenção de grandes clubes. Italianos, ingleses, espanhóis… E dói só de imaginar ver eles partindo – o que não deve demorar. Porém, eles mudaram completamente nossa forma de olhar para os jovens jogadores. Hoje entendemos mais, esperamos e ansiamos para ver mais talentos aparecendo. Damos mais espaço e mais chance, porque finalmente acompanhamos e nutrimos essa sensação de acompanhar um grande talento se mostrando.

 

Hoje temos três razões para não desgrudar os olhos do gramado, porque logo podem fazer falta. Temos razões para nos gabar, colocar nossa autoestima lá em cima. A primeira delas se chama Bruno Guimarães Rodriguez Moura. Tem 21 anos e já é craque. Volante, mas que faz muito bem a função de meia armador. Merecia a 10, por a bola sempre passar por ele e por criar as jogadas.

 

Tão jovem, mas parece um veterano dentro de campo. Se movimenta e tem uma visão de jogo impressionante. Nasceu no Rio de Janeiro e é da base do Audax. Estreou profissionalmente em um jogo contra o Bragantino, no Campeonato Paulista em 2015, com então 17 anos. Em 2016 impressionou na Copa São Paulo de Futebol Júnior e subiu ao profissional em 2017. Em maio do mesmo ano já estava no Athletico por empréstimo, apenas até abril de 2018, porém se destacou tanto que não teve como o Furacão não comprá-lo.

 

Disputou e ganhou o Campeonato Paranaense nos Aspirantes, tendo destaque absoluto. No principal, logo mostrou que merecia seu espaço e é a referência da equipe em campo. Em troca, levou pra casa também o título de campeão Sul-Americano, com todas as honras. Jogando com a 39, ainda se mostra humilde por usar um número que recorda e homenageia seu passado: o número é o mesmo do táxi que trabalhava seu pai.

 

Tem tudo para ser uma das maiores vendas e a maior rachadura causada em nossos corações. Apesar de não ter crescido do CT do Caju, não tem como não sentir que ele sempre esteve aqui e é nosso. Ao contrário do nosso camisa 12, melhor lateral-esquerdo que vimos jogar e a segunda razão: Renan Lodi. Esse sim frequenta os gramados rubro-negros desde pequeno e é a representação do muleque da base.

 

Também com apenas 21 aninhos, sempre ouvimos falar do quão decisivo Renan sabe ser. Mais recente, os argentinos têm chamado ele de máquina. Dono da lateral, recebeu recentemente convocação para a Seleção Olímpica e temos certeza que merece ser lugar na amarelinha principal. Sempre ouvi que a lateral é uma das posições mais carentes do futebol, mas esse moço aí faz parecer brincadeira ocupar seu espaço no campo.

 

Um dos donos das assistências, foi causa de muita dúvida na torcida, mas por causa do nome. Lódi, Lodí, Lôdi… no começo foi difícil, mas logo a eficiência e a atuação em campo nos fizeram não tirar mais seu nome da boca. Chegou ao Athletico em 2012 e ganhou a chance no principal em 2016, contra o Grêmio, no Campeonato Brasileiro. Dois anos depois, estava conquistando o Paranaense, a Sul-Americana e a titularidade absoluta.

 

Foto: Lineu Filho

 

A terceira às vezes até passa despercebida por falarmos tanto dos outros dois, mas Léo Pereira também merece todos os destaques e reconhecimentos. Em 2019, conseguiu segurar ataques dos melhores clubes do continente. No ano passado, conseguiu ganhar sua vaga diante de uma zaga experiente com Paulo André e Thiago Heleno. Foi criticado pelas atuações nos Aspirantes e visto como um jogador que nunca iria crescer ou subir, mas provou que talento e dedicação têm seu espaço. Hoje, não há quem tire ele lá de trás (a não ser algumas arrancadas que gosta de fazer vez ou outra para frente do campo).

 

Já se mostrou ser apaixonado pelo clube e pela torcida, quase sempre vemos gestos e menções da parte dele, o que torna essa conexão ainda mais incrível. Com 23 anos, tem uma história curiosa até. Começou jogando no Trieste, ainda criança e costumava ser lateral-esquerdo. Desde lá já marcava gols de faltas frontais e de cabeça. Porém, com a altura logo passou para a atuar como zagueiro, ainda no pré-infantil. Um pouco mais tarde começou a chamar a atenção dos clubes da capital. Athletico e Coritiba queriam o jovem para suas bases, mas a escolha foi pelo Furacão. Chegou aqui em 2010 e nunca mais saiu, apenas por empréstimos. Foi para o Guaratinguitá em 2015, Náutico em 2016 e Orlando City em 2017.

 

Em 2013 se destacou no Campeonato Paranaense Sub-18, sendo o zagueiro-artilheiro da equipe campeã, marcando 10 gols e titular absoluto. Conquistou ainda a Copa Brasil sub-17 e a Yokohama Cup Sub-19. Já foi muito criticado pela torcida por cometer algumas falhas, mas deu a volta por cima em 2018, quando atuou nos Aspirantes e ganhou o Paranaense e subindo ao principal, conquistando também a Sul-Americana. No ano passado, fez 18 partidas no Brasileirão e marcou três gols.

 

Definitivamente temos três jóias valiosas, três meninos que deixarão muitas viúvas e viúvos, por isso devemos aproveitar cada minuto jogado por eles, cada instante que pudermos acompanhar. Por isso dizemos com a boca cheia que o prazer de vê-los jogar é todo nosso. Conquistaram mais que títulos e lugares no profissional, conquistaram um clube e uma torcida inteira… e estão prestes a conquistar o mundo!

 

E o melhor de tudo? É poder dizer “eu vi”.

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