Portal Trétis – Tudo sobre o Athletico Paranaense

Merecimento: aquilo que torna alguém ou algo digno ou passível de receber prêmio ou castigo.

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Tenho pensado muito em tudo que temos vivido e tudo que o Athletico tem colhido nos últimos anos. Vitórias, derrotas, críticas, elogios, casca, fragilidades. E absolutamente todas as vezes chego na mesma palavra: MERECIMENTO.

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O que significa estar em uma final de Copa Libertadores? Basicamente significa estar no topo do futebol sulamericano. Todos os times, em todas as divisões da América Latina, dormem e acordam sonhando em um dia poder disputar uma final de Libertadores. E quem tem mais chances de realmente chegar e vencer? Normalmente as grandes camisas do continente são os maiores postulantes a Glória Eterna por todas as benesses históricas que possuem aliadas ao peso de seus escudos. Mas então o que o Athletico fez para estar novamente em uma final se historicamente sempre fez parte dos clubes satélites do continente? O Clube Athletico Paranaense fez o que quase ninguém faz. O ATHLETICO TRABALHOU DURO!

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O Furacão está novamente em uma final de Libertadores depois de 17 anos e se engana quem pensa que conquistamos esta vaga somente através dos abençoados pés de David Terans no Allianz em 06 de Setembro. A verdade é que o Athletico iniciou sua classificação para a final da Libertadores de 2022 em 1995.

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Não há bibliografia que conte uma epopeia de algum outro clube brasileiro que tenha saído de onde o Athletico saiu e que tenha feito o que o Athletico fez sem investimentos bilionários através de algum tipo de mecenato. O Athletico resolveu encarar o futebol de uma maneira jamais vista até então no Brasil. Se profissionalizou, se estruturou e trabalhou duro. Construiu o CT mais moderno da América Latina, construiu 3 versões da Baixada e investiu na profissionalização de todos os setores que compõe a maneira com que o clube pensa futebol. São 23 anos seguindo na mesma direção com um projeto sólido. São 23 anos anunciando e realizando. O Athletico saiu da mesmice dos clubes varzeanos brasileiros com seus salários atrasados, seus estádios caindo aos pedaços – quando muito se tem algum – e de seus centros de treinamentos amadores. Ousou ser o patinho feio e assumiu o ônus de ser ridicularizado por ser e fazer diferente. Os incompetentes e preguiçosos riram enquanto se tornavam cada vez mais medíocres. Quando o “patinho feito” começou a dar certo não tiveram dúvidas: cravaram se tratar de “sorte” ou “pacto”.

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O Athletico se classificou para esta final de Libertadores investindo em estrutura de 1995 a 2005. Se classificou entendendo que o projeto precisava de ajustes e recalculando a rota de 2006 a 2015. Se classificou quando os frutos começaram a ser colhidos a partir de 2016 e a casca começou a realmente se formar. O trabalho árduo gerou receitas que nos propiciaram um aumento gradativo da qualidade e do nível do material humano. O Athletico se classificou para a final da Libertadores de tanto jogar, jogar e jogar grandes jogos pela Sulamericana e pela Libertadores. É construção, é passo a passo, é projeto sustentável.

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Trabalho e merecimento. Uma coisa leva a outra. São congruentes e se retroalimentam. Não me importa os outros times, aliás tenho certeza de que todos têm seus respectivos merecimentos, mas digo e repito sem nenhum medo de errar que nenhum outro time brasileiro merece mais esse título do que o Clube Athletico Paranaense. Não tem nenhum outro projeto de quase 25 anos sendo executado ininterruptamente no Brasil. Não há nenhum outro clube que saiu do grupo dos “coritibas” do país para disputar espaço com os gigantes do Continente tendo uma receita infinitamente menor. Não tem nenhum outro clube que tenha seguido mais o caminho do trabalho duro, do crescimento sustentável e da pavimentação de um caminho sem atalhos. Ninguém trabalhou mais arduamente que o Athletico nos últimos 23 anos.

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Concordo que, no futebol, o merecimento é bola na rede, mas estamos falando de futebol. O futebol aceita todos os imponderáveis possíveis. O futebol prepara coisas maravilhosas e roteiros perfeitamente escritos. No meu conceito de enredo perfeito um clube que fez um trabalho único, com qualidade e seriedade dentro de um contexto de um deserto de profissionalismo, ideias e projetos, merece ser campeão de uma Libertadores. Este trabalho merece ser coroado para mostrar a todos os demais que o trabalho duro compensa. O troféu precisa ser um símbolo de que, ousar, fazer diferente, ir contra o sistema e seus atalhos tem que ser recompensado. Merecimento. O Athletico merece muito essa taça. Por mim, por você, por todos os jogadores que por aqui passaram ao longo da nossa história, pelos clubes que precisam de um exemplo de que projeto ganha sim campeonato, por Mario Celso Petraglia, por toda a apaixonada e insana torcida Athleticana.

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NINGUÉM MERECE MAIS ESSA TAÇA DO QUE O ATHLETICO!

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