Portal Trétis – Tudo sobre o Athletico Paranaense

Um dia das mães diferente em 2020: não vai ter festa na Baixada; não vai ter festa na casa das nossas mães. Os beijos e abraços ficarão apenas no virtual – devem ficar um pouquinho mais para frente. Devido à pandemia de COVID-19, o dia das mães deste ano será cada um na sua casa, porque assim mostramos o mais importante: o quanto as amamos! Mas, é claro que nossa homenagem não podia faltar e quem a escreve sou eu, a “Regis Rosing” da Trétis (rs).

 

A minha mãe não vai ao estádio, mas a primeira vez que fui, lá em 2000, ela estava junto conosco. Na final da Sula, fizemos chamada de vídeo para comemorar. Na Copa do Brasil, ela me ligou para gritar “É CAMPEÃO” e riu da minha cara chorando de felicidade. Obrigada por tudo, mãe! Eu te amo muito. 

 

 

Tradição familiar

Muitas são as histórias de famílias que vão há décadas na Baixada e essa é de José Ferreira Soares Neto e Rosita, sua mãe. Eles vão juntos ao estádio desde 1983. “Vou ao estádio com minha mãe desde que nasci, 1980, há 40 anos. Nos últimos anos, ela com mais idade e ficando muito nervosa nos jogos, parou de ir, mas nós continuamos pagando até hoje o sócio dela”. comenta. “Na final da Sula, pedi para ela ir (na verdade, quase obriguei). Ela foi, vimos a rua de fogo, entramos no estádio, nos alocamos em nossos lugares na BI inferior, na curva, perto de onde fica a Organizada. Nervosismo cada vez mais intenso e o jogo começa. Aquela loucura, fazemos o 1×0, tomamos o empate e fomos a prorrogação”, relembra.

 

“Na hora do pênalti para o Junior, ela passa por mim xingando o mundo e saindo da arquibancada. Eu queria pedir desculpas a ela naquele momento, mas não tive tempo. Ela saiu voando e foi para a área onde não via mais o campo. Mas, para a nossa felicidade, o Barrera perdeu o pênalti e para a minha surpresa, ela não retornou ao lugar dela. Ela se alocou em um canto do estádio e começou a rezar, pedir para Deus pelo título, pois os filhos dela, marido, etc, mereciam isso e eles não podiam passar por uma tristeza dessa derrota”, conta e finaliza: “Todos nós estávamos no estádio (eu, meus pais, e meus três irmãos. Minha mãe só retornou ao local depois do Thiago Heleno ter sacramentado a vitória. Feliz, radiante e chorando de felicidade! Grande dia aquele. Nunca será esquecido na memória de toda família.” 

 

Inspiração atleticana na família

Contar histórias de mulheres atleticanas sempre me dá um quentinho no coração, uma emoção diferente. E foi isso que senti quando li a história sobre a Fabiana Chemin. “Minha mãe frequenta a Arena desde 1998, aproximadamente, e me leva para lá desde 2009 e a gente segue indo até hoje aos jogos. Ela é, basicamente, a única da família atleticana e uma das poucas que gosta de futebol e foi ela quem sempre me incentivou a ir nos jogos do clube”, conta João Chemin.

 

Com todo esse amor pelo Athletico (e pelo filho), Fabiana fez uma surpresa: levou João para a semifinal da Copa do Brasil, contra o Grêmio, em Porto Alegre. “Eu tinha falado para ela do jogo durante algumas semanas e quando eu acordei, uma semana antes, ela fez um ‘jogo’ de pistas, as quais eu tinha que procurar pela casa. No fim, achei uma carta com as passagens compradas”, relembra e acrescenta: “Lá, tirando a parte do jogo ruim, uma das surpresas foi que ficamos hospedados no mesmo hotel que os jogadores, conheci todos eles – um grande sonho que eu realizei.”

 

 

E é mais por ela ser uma das únicas pessoas que realmente gostam de futebol na família (e respirar isso) que desde muito cedo João já sabia que seria atleticano. “Mãe, só quero agradecer a você por fazer eu me apaixonar por esse esporte. Você fez eu entender o que é ser um torcedor e apoiar o time em qualquer fase. Obrigado e te amo”.

 

Viagem “escondida”

Para acompanhar o Athletico vale tudo? Vale sim! E quem me comprova isso é a dona Gisele Conde. “Quando soubemos da final da Copa do Brasil, minha mãe ficou louca pra ir, mas meu pai, que não gosta muito de futebol, falou que não iríamos de jeito nenhum. Então ela fez tudo escondido. No dia que abriu as vendas eu estava no espaço sócio e liguei pra ela na hora! Ela dormindo… Quaseee perdemos o ingresso”, conta o filho Felipe. Na mesma hora que conseguiu o ingresso, Gisele também pagou o ônibus e foram para Porto Alegre de caravana com a torcida. “Depois que ela foi contar para o meu pai que já estava tudo pago e ele teve que ceder”, comenta.

 

 

Felipe explica que a mãe fibrose cística e precisa fazer inalação duas vezes por dia, mas que nem isso tirou dela a vontade de ir. “Ela comprou um inalador a pilha e lá fomos nós para a final. Foi muito massa ter minha mãe comigo nesse momento inesquecível. Ela é fanática pelo time e não perdemos um jogo”, conta e acrescenta: “Além disso, meu primo foi conosco e acredito que, para ele, também foi um momento inesquecível”, salienta.

 

E a mensagem para a mamãe não pode faltar: “Mãe, tenho muito orgulho de você, por tudo que você fez e faz até hoje, minha grande influência para torcer para o maior do estado. Ambos estamos passando por um momento difícil por conta desse período sem futebol, mas mesmo com as reprises passadas na TV vibramos e comemoramos igual, obrigado por sempre me acompanhar nos jogos e nas loucuras que já fizemos pelo clube, te amo.”

 

 

Ligação forte

Ana Paula e Victoria têm uma ligação a mais que apenas mãe e filha: apenas as duas são atleticanas por parte da família materna. De acordo com Victoria, foi ao começar a namorar com seu pai que a mãe viu a paixão pelo Athletico florescer. “Sempre fomos nós duas para o estádio. Por um problema, fiquei uns 12 anos sem ir com meu pai ao estádio, então quem me acompanhava era ela e meu avô paterno. Somos sócios há 12 anos, então foram alguns jogos já. Quando eu era criança, por exemplo, ela perdia o começo para me levar entrar no campo com os jogadores e foi com ela que fui no meu primeiro jogo fora de Curitiba”, conta.

 

 

E as histórias são inúmeras, desde a mãe achá-la no alambrado xingando a torcida do Coxa, até irem sozinhas até o Couto. “Ela acabou perdendo a final de 2001, porque foi no ano em que eu nasci, mas antes ela compareceu a alguns jogos enquanto eu tava na barriga. Por isso, minha vida sempre foi rodeada por Athletico: no álbum de gravidez lá estávamos nós inteiras de vermelho e preto”, lembra. “Hoje em dia não perdemos nada e é uma honra comemorar o que estamos vivendo junto com ela. Tenho o prazer de acompanhar jogos com minha mãe e minha avó paterna (que é praticamente mãe da minha mãe também). Esses últimos anos, em que o passamos por diversas alegrias, ela pegava e chorava pela minha felicidade de estar vivendo isso. Às vezes ela briga comigo pelo tanto que eu choro e sofro, mas no final acaba chorando abraçada comigo porque é uma ligação muito forte que temos entre a gente”, salienta.

 

E a mensagem para a mãe: “Mãe, uma missão muito difícil falar em algumas palavras o que você e o Athletico representam juntos na minha vida. Como agradecer as incontáveis vezes que perdia começos de jogos pra me levar entrar no campo quando pequena, ou quando abria mão de seus compromissos pra me levar no estádio, já que durante muitos anos fomos só nos duas. Derrotas amargas que você jurava que nunca mais me levaria no estádio após meus choros, e no jogo seguinte lá estávamos nós. Os tentos do presente comemorados ao teu lado são muito melhores, te abraçar aos prantos pra comemorar o que o Athletico causa na gente é o que vou levar pros meus filhos e na minha memória pro resto da minha vida. Obrigada pela mãe maravilhosa e atleticana que você é, e por mover o mundo pra me ver feliz, eu te amo ao infinito e além!”

 

Mãe vidente?

Você está lá, sentado esperando o jogo e sua mãe passa pela sala e fala o que vai acontecer. Ahhhhh! Bom demais não é? Essa é a Adriana, mãe do Gabriel. “Minha mãe não gosta muito de futebol, ela realmente detesta, mas de certa forma era ”forçada” a assistir, porque todo mundo assistia aqui em casa. Enfim, ela tem uma certa ”vidência”, por exemplo: se estiver um dia ensolarado e ela falar pra levar guarda chuva porque vai chover, realmente vai chover! (isso funciona quase sempre quando ela é espontânea). No jogo de volta da final da Copa do Brasil, ela passou na sala e reclamou que iríamos assistir o jogo. Ela simplesmente falou ”-Não sei porque vocês vão perder tempo assistindo, o Athletico vai ganhar”. Eu até falei para ela que não precisaria ganhar, bastava o empate e eu estava feliz hahahah. Ela não deu muita bola, mas de fato, aconteceu”, comenta e acrescenta: “O jogo sequer tinha começado! Depois, dei um abraço nela e agradeci. Coisas de atleticanos.”

 

“Mãe hoje é um dos seus quatro dias especiais do ano, por que quatro? Bem, tem o seu aniversário, o Dia da mulher, o Dia das mães e o Dia dos pais. Afinal você merece, já que é uma grande guerreira, que sempre foi a luta para dar uma boa educação e me ensinar valores. Você é a melhor mãe que eu podia ter, e não só isso, também é um ótimo pai. Obrigado por tudo, feliz dia das mães.”

 

De mãe-filha para mãe

Coisas simples também fazem história e marcam vidas. Essa é a história da minha xará, Raíssa Otterço Cordeiro e da mãe dela, Luciana Otterço. “Dia 14/09/2014, eu grávida, prestes a ter a Alice, implorei pra ir ao jogo Athletico x Vitória, afinal, não sabia quando ia voltar para a Baixada… Estava separada do meu marido e não tinha ninguém para ir, até que minha mãe cedeu e foi comigo. Comemoramos a vitória do Athletico por 2×0 (não podia comemorar muito, afinal, a barriga estava explodindo) e eu chorei nesse dia. Ver a razão da minha vida ali, do meu lado, entre dores e cansaço, me acompanhando no meu último jogo sem a Alice. Foi emocionante e inesquecível”, comenta e homenageia: “Mãe, sei que não sou perfeita e sei que erro muito, mas acredite, eu te amo e não é pouco! Deus acertou em me deixar ser sua filha!”

 

 

¡Hola, Argentina! – parte 1

Não é difícil achar famílias em que poucas mulheres (ou únicas) gostam de futebol e isso acontece também na família da Amanda e da Sheila. E quando elas resolvem acompanhar o time fora do país? Diversão na certa! “Em nossa família só nós duas gostamos de futebol e frequentamos estádio. Quando a gente resolveu ir para a Argentina, nunca tínhamos saído do país! No dia do jogo, a gente foi pra concentração da torcida no Puerto Madero, mas não sabíamos que a torcida ia de transfer para a Bombonera e então não tínhamos alugado nenhum pra ir e, claro, em cima da hora já não tinha mais vaga e resolvemos ir de táxi”, conta Amanda.

 

 

“O problema é que começou a chover muito e nenhum táxi queria ir até a Bombonera, então resolvemos chamar um Uber. Como a gente não falava espanhol e o moço do uber não entendia o que a gente falava, começamos a nos comunicar pelo Google tradutor e foi muito engraçado. Conseguimos chegar na Bombonera e foi uma emoção enorme pensar que tudo começou na Arena antiga: passamos pela época dos jogos no Eco Estádio, na Vila Capanema até chegar a Arena nova e naquele momento saber que eu e minha mãe tínhamos saído do país sozinhas, sem conhecer nada e estávamos lá, vendo o nosso time jogar uma Libertadores contra o Boca, foi muito emocionante. Eu sou muito grata e tenho muito orgulho da minha mãe por me proporcionado essas histórias maravilhosas junto com o nosso clube de coração”, afirma.

E a homenagem não pode faltar: “Mãe, queria te lembrar do quanto eu sou grata por ser sua filha, desde pequena você se esforça para me proporcionar momentos incríveis e a nossa viagem para a Argentina foi só mais um deles. Tenho muito orgulho da sua força e garanto que irá ter muitas conquistas na sua vida ainda. O Athletico nos tornou mais do que mãe e filhas, nos tornou amigas e companheiras de jogos, eu tenho muito orgulho dessa relação que nosso time ajudou a construir entre nós. Eu amo dividir essa paixão pelo Athletico com você e espero que a gente possa viver muitos momentos juntas acompanhando o nosso time assim como sempre foi durante a nossa vida. Obrigada por me oferecer a sua melhor versão sempre, você é demais. Eu te amo!”.

 

¡Hola, Argentina! – parte 2

Viagens internacionais são ainda mais emocionantes e a de Andrea Brotto não podia ser diferente. “Ano passado, presenteei minha mãe, no aniversário dela, antecipadamente, com a viagem para Buenos Aires e o ingresso do jogo das oitavas contra o Boca. Foi a primeira viagem internacional dela. Nunca vi a bichinha tão feliz”, comenta. “E a empolgação na Bombonera? Nem se fala! Curtiu cada segundo ao máximo. E foi especial, porque viajamos eu, ela e a minha irmã, Dani. Foi uma viagem super especial!”, relembra.

 

Cadeira cativa

E quando a filha vai fazer intercâmbio e a mãe, que não era muito fã de estádio, tem que assumir a cadeira para não perder a associação? Essa é a história de Kamile e Sirlei Goslar. “Em 2018, eu e meu pai éramos sócios e a minha mãe não gostava muito de ir ao estádio. Na metade do ano eu ia fazer intercâmbio e não queria perder minha associação, porque depois teria que esperar um ano para voltar. Descobrimos que tem uma regra que você pode mudar a pessoa da associação por seis meses, que era exatamente o tempo que eu ficaria fora, e de tanto que insistimos, minha mãe aceitou para não deixar meu pai ir sozinho aos jogos. Nisso, ela viu a final da Sulamericana e por causa disso, ela viciou e agora é sócia”, conta e comenta a sequência: “No jogo contra o Grêmio, na volta da semifinal, ela estava muito desanimada e não queria ir. Como eu ia trabalhar, eu falei para ela: “mãe, vai por mim. Você vai ver, a gente vai ganhar, vai por mim”. Ai ela falou: “tá bom, mas eu vou só por você!” e aí deu no que deu, né? E ela curtiu muito! E se não fosse por 2018, ela não teria viciado.”

 

Kamile deixou uma mensagem para a mamãe: “Mãe, obrigada por me ensinar tanto e por todos os momentos maravilhosos e marcantes que passamos juntas na Arena. Espero ver muitos títulos ainda ao seu lado! Você é minha inspiração pra tudo. Te amo, feliz dia das mães!”

 

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