Portal Trétis – Tudo sobre o Athletico Paranaense

O River Plate chega na Arena da Baixada nesta quarta-feira (22) com algumas baixas, porém sem perder sua força para enfrentar o Athletico às 21h30 pela Recopa. O atual campeão da Libertadores tem apenas duas derrotas nos últimos 22 jogos, sendo que uma partida foi disputada com time reserva.

 

O que veremos em campo será um time forte e montado para vencer. Apesar de não poder contar com os lesionados Juan Quintero, Ignacio Scocco e Gonzalo Montiel o plantel se mostra talentoso, com quatro jogadores recém convocados para a seleção argentina na disputa da Copa América. A Trétis foi em busca das principais forças da equipe argentina para preparar um raio-x do que o Furacão terá que enfrentar.

 

A análise foi feita em cima da provável escalação do River, que deve ter: Armani; Mayada, Martínez Quarta, Pinola, Casco; Enzo Pérez, De La Cruz, Fernández e Exequiel Palacios; Matías Suárez e Lucas Pratto.

 

 

Foto: Twitter/Reprodução

 

O comandante

Começamos pelo técnico Marcelo Gallardo, ex-jogador do clube e que está à frente do time desde 2014. Desde lá são “apenas” dez títulos: duas Libertadores (2015 e 2018), uma Sul-Americana (2014), duas Recopas (2015 e 2016), uma Supercopa Euroamericana (2016), uma Copa Suruga (2015), duas Copas Argentinas (2015/16 e 2016/17) e uma Supercopa Argentina (2017). Está empatado com Ramón Díaz como técnico mais vitorioso da história do River. (Vale lembrar, ainda, que os dois títulos da Libertadores tiveram o gosto especial de eliminar o maior rival, Boca Juniors, em 2015 nas oitavas e no ano passado na final.)

 

“El Muñeco”, como é conhecido pela torcida, atuou como meia e teve três passagens pelo River dentro das quatro linhas: de 92 a 99 (ganhando a Libertadores em 96); 2003 a 2006 e 2008 a 2010, ou seja, a identificação é máxima. Além disso, Pela Seleção Argentina disputou as copas de 1998 e 2002, conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de 1995, a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1996, o Campeonato Mundial Sub-20 em 1997 e o vice-campeonato na Copa das Confederações de 1995.

 

Franco Armani: goleiro

Com 32 anos, chegou ao River no começo de 2018. Já possui duas Libertadores e uma Recopa no currículo. Nesta temporada, sofreu 12 gols. Quando entrou no clube, conseguiu engatar 25 jogos sem derrotas. No ano passado também foi para a Copa do Mundo na seleção de Jorge Sampaoli, atuando em apenas dois jogos e levando um gol. Diante da Nigéria, foi um dos responsáveis pela classificação nas oitavas do Mundial e foi convocado novamente para defender a celeste e branca na Copa América.

 

Milton Casco: lateral-esquerdo

Tem 31 anos, uma Libertadores e uma Recopa. No campeonato argentino teve uma assistência em 13 jogos. O lateral chegou ao River em 2015, ano em que disputou dois amistosos pela seleção argentina. Seus principais pontos fortes são o desarme e disputa de bola no chão. É um jogador mais defensivo, porém tem criatividade e muita técnica. No começo desse ano o atleta sofreu uma fratura na clavícula e desfalcou a equipe na Libertadores. Recuperado, volta a ser opção na equipe.

 

Destaque para a também convocação de Casco para disputar a Copa América.

 

Foto: Marcelo Carroll

 

Exequiel Palacios: volante

Com apenas 20 anos, é uma joia da base do River. Estreou na equipe principal com apenas 17 anos, contra o Newell’s Old Boys e atuou pela seleção argentina no sub-17. Nessa temporada, em 14 jogos pela primeira divisão argentina, marcou um gol e fez quatro assistências. Desfalcou a equipe nos quatro primeiros jogos da fase de grupos da Libertadores devido a uma fratura na perna direita. Voltou a jogar na partida contra o Palestino, em abril, e depois contra o Internacional, onde deu uma das assistências para um dos dois gols do time argentino.

 

É um jogador rápido e talentoso. Suas principais características se destacam em passe, movimentação, chute de média distância e desarme. Os pontos fracos ficam na força física e no cabeceio. O passe é o que mais se destaca em Palacios, quase nunca erra e tem uma boa visão de jogo. Gosta de conduzir e não desiste fácil de uma jogada. Ajuda também defensivamente, sabendo se posicionar, mas ainda peca no excesso de agressividade em certos lances.

 

No começo do ano esteve perto de ir para o Real Madrid, mas decidiu ficar mais tempo no River para ir mais preparado para a Europa. Ainda há conversas que dizem que o volante pode sair do clube em junho, com propostas da Inglaterra e Alemanha.

 

Foi um dos destaques da conquista da Libertadores do ano passado e seu talento foi notado para fazer parte da lista de convocados para a Copa América.

 

Matías Suárez: atacante

Também com 31 anos, o atacante saiu do Belgrano e veio para o River para reforçar a equipe em 2019. É o camisa 7 e uma das referências para balançar as redes na equipe, atuando tanto pelo centro como pelo lado esquerdo. Na primeira divisão argentina, tem 22 jogos (13 para o Belgrano e 9 pelo River), cinco gols (3 pelo River) e duas assistências. Na Libertadores, são cinco jogos e um gol. Participou de dois amistosos com a camisa da Argentina, deixando um gol também.

 

Suas principais características são finalização, força física, arranque, oportunismo, drible curto, e chute de média distância. Apesar disso, não é um atacante muito rápido nem muito forte em duelos aéreos. Também irá compor o plantel na disputa pela Copa América.

 

Lucas Pratto: atacante

Nome já conhecido pelos brasileiros, principalmente pela sua atuação no São Paulo, se transferiu para o River em 2018 como a contratação mais cara do clube. Porém, chegou em má fase. Sem marcar gols, quase perdeu sua posição como titular em algumas partidas. Na primeira divisão, de 21 partidas disputadas, marcou apenas quatro gols e deu cinco assistências. Na Libertadores, entrou em todas as partidas da fase grupos e marcou dois gols.

 

Uma boa curiosidade é que Pratto iniciou a caminhada profissional nas categorias de base do Boca Juniors, de 2007 a 2011, depois de sair do Defensores de Cambaceres. Marcou 20 gols nas divisões inferiores. Apesar disso, passou os próximos anos sendo emprestado e sem ser utilizado na equipe principal xeineze. Em 2013 foi para o Vélez Sarsfield, em 2015 para o Atlético Mineiro e em 2017 para o São Paulo.

 

Foi convocado para a Seleção em 2016 pelo técnico Edgardo Bauza, estreando na vitória por 1 a 0 sobre o Uruguai na Copa América. Marcou dois gols na competição em cinco jogos. É um atacante de referência e que a defesa atleticana deve ficar atenta.

 

Foto: Juan Mabromata/AFP

 

Enzo Pérez: meia

Um pouco amargurado por ter perdido um pênalti na decisão que eliminou o River no Mundial de Clubes, Enzo Pérez leva o clube bem a sério. Tanto que tatuou o escudo nas costas depois do título da Libertadores.

 

A identificação de Pérez com o clube começa no próprio nome, dado em homagem a Enzo Francescoli, que defendeu o River em duas passagens (de 1983 a 86 e 1994 a 97, ganhando a Libertadores em 96).

 

O meia tem 32 anos e jogou três partidas pelos Hermanos na Copa do Mundo do Brasil, em 2014. Jogador técnico, tem como principais características o passe (principalmente longo), armação de jogo, chute de média distância e resistência, pecando na agilidade e na tão boa finalização (vide pênalti perdido).

 

Nicolás de la Cruz: meia

Irmão de Carlos Sánchez, jogador do Santos, o meia tem apenas 21 anos. Uruguaio, já defendeu a seleção sub-20 em 2016, disputando o campeonato Sul-Americano da categoria. Vindo da base do Liverpool, chegou ao River em 2017 e é um dos jovens talentos que vem aparecendo e crescendo dentro da equipe.

 

Disputou 17 jogos na primeira divisão nessa temporada, marcando um gol e dando duas assistências. Na Libertadores, foram cinco jogos com dois gols e duas assistências.

 

Ignacio Fernández: volante

Nacho Fernández iniciou a sua carreira nas divisões de base do Dudignac. Chamou a atenção do Gimnasia y Esgrima e, com apenas 13 anos de idade, foi integrado a base do clube. Chegou ao River em 2016 e atuou em um jogo amistoso na Seleção Argentina em 2017.

 

Marcou dois gols nessa temporada na primeira divisão em 19 jogos e um na Libertadores, com mais duas assistências na competição. Não é tão bom na marcação, mas sabe driblar e tem habilidade no passe.

 

Camilo Mayada: lateral-direito

O uruguaio iniciou a carreira no Danubio e chegou ao River em 2015, participando da conquista da Libertadores no mesmo ano. Tem duas taças da competição no currículo e duas Recopas, todos os títulos com o clube.

Nessa temporada jogou 19 jogos da primeira divisão, tendo duas assistências e um gol. Fazendo jus ao apelido de “El Rayo”, é rápido, ágil e possui um bom arranque e cruzamento. Sua perna esquerda é seu ponto mais fraco.

 

Lucas Martínez Quarta: defensor

O zagueiro de 22 anos tem 1,83m de altura e se destaca na marcação, desarme e na bola aérea. É outra prata da casa, iniciando sua carreira no River em 2011 e quatro anos depois subiu a equipe principal. Dos 17 jogos na primeira divisão nessa temporada marcou um gol. Na Libertadores atuou em cinco partidas e também balançou as redes uma vez.

 

Foto: Getty Images

 

Pinola: defensor

Um dos mais experientes, o zagueiro já tem 36 anos e atua mais com a força física, já que não possui muita agilidade. Ocupa o lado mais esquerdo da defesa e pode ser o ponto mais fraco para o Atheltico explorar.

 

Apesar disso, a experiência pesa em pontos positivos como a marcação e o desarme.

 

Analisando como um todo, Gallardo gosta de jogar como Tiago Nunes: valorizando a posse de bola. O River gosta do toque rápido, de propor o jogo e sempre pensando na agilidade, com toques de primeira e progressão. Com jogadores técnicos e leves, principalmente no ataque, é um time que sabe onde chegar. O único ponto fraco pode ser a defesa, que joga mais na força física e não tem muita velocidade, principalmente pelo lado do zagueiro Pinola.