Portal Trétis – Tudo sobre o Athletico Paranaense

O Athletico atropelou os bolivianos do Jorge Wilstermann nesta quinta-feira (14), na Arena da Baixada, em jogo válido pela segunda rodada da Libertadores. A equipe teve uma atuação coletiva muito interessante e amassou o adversário, podendo ter feito um placar mais elástico. A partida marcou a recuperação atleticana na competição, agora o time figura em segundo no grupo, com três pontos e mais saldo que o Tolima. O maior destaque da equipe na partida foi a exibição coletiva.

 

Não tomando conhecimento do adversário e sabendo a importância dos três pontos, o Athletico partiu para cima do Jorge Wilstermann desde o começo do jogo, criando inúmeras chances de gol até abrir o placar com Marco Ruben, meio que sem querer, após chute de Rony. A postura de marcação apertada e de muita pressão no jogador adversário que tinha a bola foram fundamentais para o ritmo imprimido pela equipe na partida.

 

Após o primeiro gol a postura atleticana mudou um pouco, ao invés de segurar a bola, o time preferiu recuar um pouco as linhas e matar o jogo no conta-ataque. A alternativa surtiu efeito e após uma bola do Wilstermann carimbar a trave do goleiro Santos a equipe matou a partida no contra-ataque puxado por Tomás Andrade, que carregou a bola desde a defesa e finalizou, contando com a ajuda do goleiro adversário, para fazer 2 a 0.

 

Na segunda etapa o Athletico voltou ligado e sacramentou a vitória ainda nos primeiros minutos, quando uma linda jogada de troca de passes defensiva encontrou Camacho livre no meio de campo. O volante fez um bom passe em diagonal do meio de campo para a esquerda de ataque, encontrando Renan Lodi sozinho pelo lado esquerdo. O lateral atleticano caprichou na finalização e fez 3 a 0.

 

Depois do gol o Furacão baixou um pouco o ritmo e viu o Wilstermann criar algumas chances de gol, nada que comprometesse a boa atuação atleticana na partida. No final, em mais um contra-ataque, o Athletico fechou a partida. Em uma bola enfiada para Braiana Romero, que entrou na diagonal da esquerda para a direita, o argentino fez um cruzamento rasteiro para a área que achou Marcelo. O atacante escorou de calcanhar para Bruno Guimarães dar números finais para a partida.

 

Confira as notas:

 

Santos (6) – Pouco precisou trabalhar na partida, apenas em um chute no segundo tempo, e quando foi acionado fez uma boa defesa. Como de costume, participou muito da saída de bola e foi bem, acertando a maioria dos lançamentos e não comprometendo a equipe.

 

 

Jonathan (6,5) – Claramente foi para o sacrifício por não terem mais laterais de origem disponíveis no elenco. Por não estar 100% nas partes físicas e técnicas, ele fez o básico na maioria das ações e foi pouco ao campo de ataque. Mesmo assim teve uma partida segura até ser substituído  por Wellington no segundo tempo.

 

 

Thiago Heleno (7) – O capitão teve uma apresentação segura defensivamente. Bem pelo alto e firme nas divididas, não deixou que o atacante Lucas Mineiro segurasse a bola e distribuísse o jogo ofensivo do Willsterman. Na organização do jogo não comprometeu com erros de passe e teve paciência para não fazer lançamentos longos a todo momento.

 

 

Léo Pereira (7) – Léo também foi muito bem defensivamente, firme e seguro, o jovem zagueiro atleticano foi peça importante na saída de bola pelo lado esquerdo e apareceu no campo de ataque em muitas oportunidades. Por ter muita qualidade no passe, Léo é usado como um lateral esquerdo no momento ofensivo atleticano, liberando Lodi para atuar como um ponta pela esquerda. Nessa função o zagueiro de mostra diferenciado, consegue fazer bons cruzamentos e organiza o jogo com qualidade no passe e inteligência para jogar.

 

 

Renan Lodi (9) – Deitou e rolou pelo lado esquerdo de ataque. Foi o responsável pelas melhores oportunidades do Athletico na partida, tendo muita liberdade e espaço para chegar na frente. Finalizou quatro vezes chegando como elemento surpresa na área e conseguiu marcar o terceiro gol do Furacão na partida. Acertou quase tudo que tentou na partida e fez a diferença não só com a bola no pé, mas com sua constante presença no campo de ataque também abriu espaço para Rony, Bruno e Tomás jogarem.

 

 

Camacho (8,5) – Partida de redenção do volante no Athletico. Camacho jogou em uma função que potencializa sua melhor qualidade, o passe. E foi ele o grande responsável pela circulação e saída de bola da equipe na partida, errando pouco passes e dando uma assistência linda para Renan marcar o terceiro gol. Sua melhora de rendimento se explica pela circunstância da partida em que, diferente do jogo na Colômbia, o Athletico teve mais a bola, fazendo com que ele passasse mais tempo trocando passes do que correndo atrás do adversário, usando ao máximo seu melhor fundamento. Defensivamente ele também foi muito bem, marcando firme quando necessário e subindo a linha para apertar o adversário e recuperar a bola ainda no campo de ataque.

 

 

Bruno Guimarães (7,5) – Jogando um pouco mais adiantado do que no ano passado, o volante está fazendo boas atuações nessa nova função de meia “box-to-box”. Na partida contra o Willsterman foi importante na organização ofensiva e nos passes em profundidade, quebrando as linhas de defesa do adversário. Além de ser importante passando a bola, Bruno também teve participação crucial entrando na área para finalizar, principalmente nos inúmeros cruzamentos rasteiros para trás que a equipe fez ao longo da partida, um deles terminou no gol de Bruno inclusive. Ele também foi muito importante nas jogadas de pressão, assim que o Athletico perdia a bola todos os jogadores do campo de ataque tiravam o espaço do adversário o mais rápido possível para recuperar ainda no campo de ataque. Bruno foi o jogador que mais recuperou bolas desse jeito, demonstrou muita força na marcação.

 

 

Tomás Andrade (8) – Muito ligado no jogo e fazendo ótimas jogadas individuais, foi um dos destaques atleticanos na partida. Tomás foi muito bem na parte ofensiva, criando diversas chances de finalização para si e para os companheiros, fez uma partida segura e mostrou ser um jogador de mais pegada do que Raphael Veiga. Foi premiado com um gol, mas poderia ter feito mais se a finalização estivesse em dia. Circulou pelo campo ofensivo e defensivo e se mostrou muito solto na partida, fez ultrapassagens, entrou na área para finalizar e também chutou de fora, foi muito bem em todo o jogo.

 

 

Rony (7,5) – Mais ma vez foi o jogador mais agudo do Athletico na partida, sempre muito elétrico e indo para cima da defesa adversária. Rony teve uma boa atuação, principalmente antes do primeiro gol do jogo, quando a partida ainda estava amarrada. Nesse novo formato de jogo atleticano ele não tem entrada na área como elemento surpresa, para aproveitar cruzamentos e passes, mas tem sido uma peça importante na criação das jogadas e um bom finalizador. Além disso, Rony também é o jogador que mais dribla, esse fator quebra as linhas adversárias e é fundamental na construção do jogo ofensivo atleticano. Foi o jogador que mais procurou chutar para o gol e foi recompensado com uma assistência (?) para Marco Ruben no primeiro gol. Após uma confusão com o zagueiro boliviano ele foi substituído por Marcelo para não ser expulso, já que tinha cartão amarelo.

 

 

Nikão (7,5) – Partida discreta de Nikão, conseguiu segurar muito bem a bola no ataque e ganhou praticamente todas as disputas quando foi acionado no pivô. Mesmo assim teve atuação um tanto apagada na partida, criando poucas chances de finalização e sendo o jogador em rotação mais baixa da equipe na partida. Isso não credencia sua atuação como ruim, muito pela sua importância nessas jogadas de retenção de bola no campo de ataque, mas mostra que ele pode e deve render mais, principalmente pela boa atuação coletiva da equipe. Defensivamente recompôs bem o sistema defensivo e não deixou espaço para o adversário atacar as costas de Jonathan.

 

 

Marco Ruben (6) – Discreto na partida, o atacante argentino pouco participou do jogo. Não ganhou muitas bolas pelo alto nem conseguiu segurar a bola no pivô, mesmo assim balançou as redes em um lance de sorte, após chute de Rony. Pode, e deve, ser mais participativo durante a partida e não apenas um finalizador. O destaque foi a entregue nas jogadas de pressão ofensiva, como a ideia do Athletico é recuperar a bola o mais rápido possível, ainda no campo de ataque, a participação do atacante é fundamental nessa retomada e Ruben foi bem nesse quesito. Foi substituído por Braian Romero na segunda etapa.

 

 

Wellington (6,5) – Entrou para suprir a falta de condicionamento físico de Jonathan e foi bem, não comprometendo, mas também não fez diferença na partida. Se mostrou uma peça mais interessante para o setor do que Zé Ivaldo e dá ao treinador mais uma opção pelo setor direito do campo.

 

 

Marcelo (7) – Entrou bem na partida, puxando contra-ataques com liberdade e velocidade. Jogou primeiro pelo lado esquerdo do campo e depois foi para a posição de 9, onde conseguiu dar uma assistência para Bruno Guimarães fechar o placar. Jogou pouco tempo, mas conseguiu ir bem e participar bastante da partida.

 

 

Braian Romero (6,5) – Jogou pouco tempo, mas conseguiu participar de maneira decisiva no quarto gol atleticano. Entrando em diagonal e realizando um bom cruzamento para Marcelo. É um jogador rápido e de qualidade, deve ganhar mais minutos ao longo do ano.

 

 

Tiago Nunes (9) – A pegada do Athletico na partida é algo para ser observado com atenção. O time de Tiago Nunes mostra algumas diferenças em relação ao ano passado, a principal é essa ordem de pressionar o jogador adversário que estiver com a bola ainda no campo de ataque. Essa ação fez com que o Athletico imprimisse um ritmo muito grande na partida e não deixou os bolivianos jogarem. Além disso a alteração no esquema tático, do 4-2-3-1 para o 4-1-4-1, povoou mais o meio de campo atleticano e fez com que a organização das jogadas ofensivas se desse com mais qualidade, usando dois meias ao invés de apenas um. Outro ponto interessante é a inteligência do Athletico para entender os momentos da partida, os gols evidenciam muito isso. No segundo gol, por exemplo, uma jogada rápida de contra-ataque construída de maneira rápida e mortal, já o terceiro foi um gol que surgiu de uma troca de passes na defesa que evoluiu e achou Camacho com muita liberdade para avançar e achar Lodi solto pela esquerda. Tiago tem feito o Athletico ser um time inteligente e imprevisível.